A Associação dos Atingidos da Hidrelétrica do Baixo Iguaçu
(Adahbi) está anunciando para hoje, às 13 horas no CTG de Capitão Leônidas
Marques, mais uma mobilização em favor das suas reinvindicações.
A questão central é a indenização que terá que ser paga pela
empresa Neoenergia às famílias que terão suas terras alagadas.
“Depois do acordo que teve na Assembleia, com a comissão formada
por deputados, a empresa entrou na justiça, em Capitão Leônidas Marques,
querendo rever alguns pontos”, comentou Idacir Pitt, em contato ontem com o
Jornal de Beltrão.
Ao todo, serão 359 famílias atingidas pela usina. Destas, a
maioria é de Capitão Leônidas Marques (189). Em Capanema, serão 92 famílias; em
Realeza, 56; em Planalto, 14 e em Nova Prata do Iguaçu, 8. Deputados da região
foram convidados para o ato. “Acreditamos que eles comparecerão”, disse
Idacir.
A decisão de formar um grupo parlamentar para fiscalizar o
processo em andamento foi tomada após reunião entre os membros da Associação e
representantes do grupo Neoenergia, Geração Cerro Azul, em maio.
A Hidrelétrica do Baixo Iguaçu terá capacidade instalada de 361
megawatts, suficiente para abastecer uma cidade com mais de um milhão de
habitantes. O custo da obra está estimado em R$ 1,5 bilhão. A previsão é de que
as obras sejam concluídas em até quatro anos, dando ocupação, em seu auge, a
cerca de 3,5 mil trabalhadores.
Para os moradores, a indenização deve ser levada em consideração
não somente sobre o valor real da propriedade (terra e benfeitorias), mas também
as questões sociais relacionadas aos transtornos, devendo haver compensação por
tudo isso.
Histórico
A previsão inicial do Governo Federal era que a Usina Baixo
Iguaçu começasse a ser construída ainda em setembro de 2008 e estivesse
funcionando em 2012. Mas, de lá para cá, aconteceram vários problemas. A empresa
Neoenergia, que venceu o leilão para concessão da usina, já teve seu projeto
aprovado. Dentro de poucos meses o Governo do Estado, em uma parceria com a
Copel, deve liberar a licença ambiental de instalação, para que a obra possa ser
iniciada.
A comercialização da energia desta usina deve começar apenas em
2016. A Usina Baixo Iguaçu — que leva esse nome por estar localizada na região
do Rio Baixo Iguaçu — será construída e operada no conceito de fio d´água, sem
reservatório, utilizando a vazão natural do rio. Será a usina com menor impacto
ambiental entre todas as que estão na região do Rio Iguaçu.
Capanema e Capitão Leônidas Marques serão os municípios que terão
maior benefício com a construção da hidrelétrica. Os capanemenses ainda levam a
vantagem de ter em seu território a área para a construção da casa de máquinas
da usina, o que vai gerar uma grande receita em ICMS.
Assembleia
A Assembleia Legislativa do Paraná aprovou em maio, com 42 votos
favoráveis, o projeto do Executivo que prevê a instalação dssa usina. O
governador Beto Richa (PSDB) sancionou. “É uma região de fronteira que sofre,
ligada ao Parque Iguaçu, sem atividade comercial e que terá agora um instrumento
a mais na área de turismo porque a usina será aberta a visitação”, disse o
deputado Ademar Traiano (PSDB) na ocasião.
A Copel terá participação em torno de 30% do empreendimento numa parceria com
o grupo Neoenergia.
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